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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Vale Brasil em operação no MA barateia frete do minério de ferro
Até ontem, no preço do minério de ferro comercializado pela Vale estava embutido o valor do frete, que custava US$ 100 por tonelada do produto. Com a entrada em operação do maior navio mineraleiro do mundo, que começou a ser carregado ontem com o primeiro lote de 391 mil toneladas, no Píer I do Terminal Portuário da Ponta da Madeira, em São Luís, os custos com o transporte baixaram para US$ 20 por tonelada de minério de ferro.

Isso representa uma maior competitividade da mineradora brasileira com as outras mineradoras que tem reservas da matéria-prima mais próximo da China, maior consumidor de minério de ferro do mundo.

Para o Diretor Executivo de Operações Integradas da Vale, Eduardo Bartolomeo, essa foi uma decisão estratégica da empresa para se apresentar mais competitiva diante das outras empresas que disputam o mercado chinês do minério de ferro. “A partir do momento que o preço do frete é mais barato, o preço do produto também baixa e nós nos tornamos mais competitivos no mercado”, destacou. Atualmente, além da Vale, outras duas empresas Australianas vendem minério de ferro para a China, a BHPBilinton e a Rio Tinto.

O vice-governador do Maranhão, Washington Luís Oliveira, frisou que o início das operações do Vale Brasil é um marco para o desenvolvimento do país e do estado, que estão recebendo grandes empreendimentos. “Isso mostra que o estado está se preparando para absolver todos os investimentos que estão direcionados para o Brasil e o Maranhão. O barateamento dos custos representam benefícios para quem compra e quem produz”, opinou.

Estaleiro
O maior navio mineraleiro do mundo, o Vale Brasil, foi encomendado pela Vale ao estaleiro Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering Co, na Coréia do Sul e custou cerca de US$ 748 milhões. Ele tem capacidade para transportar 400 mil toneladas de minério de ferro (o equivalente a 11 mil carros populares) por viagem e tem dimensões de 362 metros de comprimento, 65 metros de largura e 56 metros de altura até o mastro (o equivalente a um prédio de 22 andares).

É justamente por esses números grandiosos que o navio pode baratear os custos do frete, porque tem capacidade de transportar mais minério de ferro em uma única viagem. “Esse navio representa uma mudança na indústria naval do mundo. Quando falamos que queríamos um navio com essa capacidade, muitas pessoas duvidaram, mas aqui estamos. Esse é o resultado do investimento em tecnologia e em pessoal que a Vale vem fazendo há 40 anos”, continuou Bartolomeu.

Carregamento

Na manhã de ontem foi dado início ao primeiro carregamento no Vale Brasil no Píer I do Terminal Portuário da Ponta da Madeira, em São Luís. Foram carregadas 391 mil toneladas de minério de ferro, que terão como destino o Porto do Dalian, na China. O carregamento dos sete porões do navio estava estimado para durar 40 horas. A viagem até a Ásia demorará 45 dias. No destino o navio apenas descarregará e voltará para São Luís para uma nova viagem, com uma parada técnica em Singapura para abastecer e trocar a tripulação, que é em sua totalidade indiana.

O engenheiro naval Marcos Mauro, responsável pela fiscalização do navio, destacou que o único porto brasileiro com estrutura capaz de carregar o Vale Brasil em sua totalidade é o de São Luís, pois é o que tem maior profundidade. “Ele até poderia atracar no Tubarão, mas não poderia sem completamente carregado. No Brasil, somente aqui [no Terminal Portuário da Ponta da Madeira] o navio opera na capacidade total”, pontuou.

O Vale Brasil é o primeiro de uma frota de 12 navios com mesma capacidade transportadora e dimensão encomendados pela brasileira Vale estaleiro Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering Co, na Coréia do Sul. Outros sete navios similares já foram encomendados ao estaleiro chinês Rongsheng Shipbuilding and Heavy Industries. Os navios em construção no estaleiro da China somam um investimento de US$ 1,6 bilhão.

Além dos 19 navios próprios 400 mil toneladas, a Vale terá, ainda, outros 16 navios com as mesmas dimensões, com operação exclusiva para a empresa em contratos de longo prazo assinados com armadores parceiros. Esses 35 navios deverão ser entregues entre 2011 e 2013. Com todos eles em operação, o Píer I do Terminal Portuário da Ponta da Madeira terá um navio desses atracado a cada dois dias.

Operação de atracação durou cinco horas
A operação de atracação do Vale Brasil em São Luís durou quase cinco horas, de 08h20 até às 13h, quando foi concluída a amarração dos 24 cabos de aço (12 ligados à proa e, os outros 12, à pop
a). Segundo o presidente da Associação dos Práticos do Estado do Maranhão, José Roberto Taranto, a manobra foi auxiliada por um rebocador a mais do que seria o usual para navios de grande porte naquela região, totalizando cinco rebocadores, quatro deles com força de 75 toneladas BP, os mais fortes hoje em operação no país.

A manobra foi conduzida pelo prático Carlos Figueredo, do alto dos seus cinquenta anos de ofício, e acompanhada por outros seis práticos de São Luís, para adestramento profissional inclusive, conforme explicou o prático Taranto, que também estava a bordo. Além do grupo do Maranhão, zonas de praticagem de outros Estados também enviaram representantes para acompanhar o trabalho: um prático de Recife, Pernambuco; um prático de Santos, São Paulo; e dois práticos de Vitória, mais o capitão de portos do Espírito Santo, Estado do sudeste onde esta classe de navio deverá atracar num futuro próximo. A China, país de destino da embarcação em operação, também enviou cinco práticos para assistirem ao procedimento.

“O Vale Brasil apresenta tecnologia similar a de outros navios de grande porte, mas o que ele vem agregar ao serviço de praticagem é um olhar diferenciado e um novo patamar de segurança para navegação em águas restritas, dada a sua dimensão recordista. É mais um navio que vem atestar o grau de excelência da praticagem brasileira”, concluiu o  presidente da Associação dos Práticos do Estado do Maranhão.

Fonte: www.oimparcial.com.br

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