A estrutura de logística da Petrobras terá que dobrar de tamanho até
2020 para conseguir atender o aumento do consumo de derivados no país,
que deve passar dos cerca de 2 milhões de barris diários atuais para 4
milhões de barris diários em 2020.
Somente
de navios de apoio à operação de exploração e produção a estatal terá
490 unidades em 9 anos, afirmou o diretor de Abastecimento da Petrobras,
Paulo Roberto Costa, nesta segunda-feira.
Segundo ele, a estatal já tem 240 navios de apoio e mais 250 serão contratados até 2020. Todos terão de ser feitos no Brasil.
"Para
atender a esse consumo de 2 milhões a gente movimenta 12 milhões de
barris em navios diariamente. Tem que ter logística para atender quando
crescer", disse Costa após palestra para executivos no Rio sobre a
Petrobras e a indústria naval brasileira.
Costa
ressaltou no entanto que para efetuar estas e outras encomendas da
companhia, como plataformas e sondas, será necessário construir mais
estaleiros no país.
"Ou se faz novos estaleiros ou ampliam-se os existentes, porque o que tem hoje não atende", afirmou.
Ele
não quis entrar em detalhes sobre os investimentos que serão
necessários para acompanhar o crescimento da demanda interna, alegando
que as informações estarão no plano de negócios da empresa para o
período 2011-2015, ainda não aprovado pelo conselho de administração.
"Cada
diretoria já está desde hoje fazendo o seu trabalho", disse Costa, que
não prevê muita demora para a conclusão da revisão no plano, solicitada
pelo conselho de administração da empresa na última sexta-feira
Depois
que a Petrobras fizer a revisão, uma reunião extraordinária do conselho
de administração da empresa será convocada para avaliar novamente o
texto que vai substituir o plano anterior da empresa, de 224 bilhões de
dólares até 2014.
PREÇOS
Costa
disse que os preços do etanol, e consequentemente da gasolina --que
recebe uma mistura de 25 por cento de álcool anidro-- já começaram a
cair nos postos.
Ele citou a
queda do anidro para cerca de 1,40 real o litro na semana passada, ante
pico de aproximadamente 2,80 no auge da entressafra da cana. "A
tendência é cair mais, porque no passado era 1 real por litro",
informou.
Costa evitou comentar
se a Petrobras tem necessidade de aumentar o preço da gasolina e do
diesel, seus principais produtos e que estão congelados desde junho de
2009. Ele afirmou que as conversas com o governo "são constantes" sobre o
assunto, mas que não há decisão.
Nesta
manhã, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, admitiu que a
falta de repasse do preço do petróleo no mercado internacional para os
derivados da companhia no mercado interno foi responsável pelo prejuízo
de 95 milhões de reais da área de Abastecimento, contra um lucro de mais
de 1 bilhão de reais no ano passado.
Costa defendeu no entanto o resultado da sua área, afirmando que todos os resultados operacionais foram positivos.
"Os
indicadores operacionais foram excelentes, aumentamos volume de refino,
aumentamos a produção de gasolina e diesel, refinamos mais petróleo
nacional, são resultados operacionais extremamente positivos", disse o
diretor.
Mesmo com um desempenho
negativo na área de Abastecimento, a Petrobras teve lucro recorde de
10,9 bilhões de reais no primeiro trimestre de 2011.
Fonte: BOL Notícias
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