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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Contrato negociado pela Valec esboça novo modelo de exploração ferroviária

Trecho da Ferrovia Oeste-Leste entre Caetité e a região de Ilhéus pode ser a primeira experiência de movimentação de carga por diferentes operadores.
  

Foto:Divulgação/Valec Contrato negociado pela Valec esboça novo modelo de exploração ferroviária











Um novo modelo de exploração ferroviária começa a ser desenhado na malha em construção pela estatal Valec, antes mesmo da aprovação do novo marco regulatório de ferrovias pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

A empresa negociou com a Bahia Mineração (Bamin) um contrato de uso da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) para o transporte de 20 milhões de toneladas de minério da usina de Caetité (BA) até o Porto de Ilhéus. Um segundo contrato, em fase de negociação com a Santa Fé Mineradora na mesma região, pode resultar no escoamento inicial de mais 5 milhões de toneladas/ano.

O trecho de 537 quilômetros, que vai do interior do estado até o novo porto do Sul da Bahia, tem previsão de entrada em operação em 2013. O que diferencia esses contratos do modelo atual é a possibilidade de uso da malha por um ou mais operadores habilitados pela Valec para a movimentação de carga. A aquisição de capacidade da ferrovia pode ser feita tanto por clientes com um só tipo de carga, como mineradoras, quanto por empresas que prestam serviço para diferentes clientes.

“Se eu monto um novo modelo de operação, posso ter um operador habilitado por nós para juntar vários clientes pequenos nos pátios onde o Zé do Trem tem uma operadora ferroviária”, exemplifica o superintendente Comercial da Valec, Mauro Augusto Ramos.

Em entrevista à Agência CNT de Notícias, Ramos afirma que o modelo deve ser adotado em todos os trechos da ferrovia de 1.490 km, que vai atravessar a Bahia em direção a Tocantins e interligar a Fiol à Ferrovia Norte-Sul.

“Se sair essa experiência acredito que dentro de cinco anos o Brasil não vai precisar de dinheiro da União para construir ferrovias. Pega um contrato desses com a Bamin. São 20 milhões de toneladas ano a R$ 11,56 a tonelada. Dá R$ 230 milhões por ano, mais ou menos. Eu jogo isso aqui num horizonte de dez anos: dá R$ 2,3 bilhões”, calcula Ramos. O superintendente acredita que a receita garantida nesse tipo de contrato pode ser usada pela empresa para a obtenção de recursos de instituições como a Caixa Econômica Federal para investimentos em construção de novos trechos e manutenção dos existentes.

Mauro Ramos lembra que além do minério a Ferrovia Oeste-Leste tem potencial para escoar tanto a produção agrícola de Mato Grosso e do oeste da Bahia quanto a carga em contêineres da Zona Franca de Manaus. O transporte da zona franca envolveria a integração com hidrovias e com ferrovias como Carajás e Norte-Sul, em um projeto que prevê a retirada de 1.600 caminhões por dia da rodovia Belém-Brasília (BR-153). “Isso é um ganho enorme em termos operacionais. Sem contar a segurança".


Sueli Montenegro
Redação CNT

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